sexta-feira, 10 de abril de 2015

Entrevista com spyVspy aeon Aka Andre L Banco Cultural


Banco Cultural Brasil - Arte, Cultura e Conhecimento. 2009
Reparei que ao fim de uns anos a entrevista desapareceu do site, assim que fiquei com as notas da entrevista e republico para conhecimento.


Entrevista com spyVspy aeon - machinimatógrafo
Fonte: Teagah Beck


spyVspy é avatar do second life e descobriu inworld seu talento para machinimas. Na RL não tinha conhecimento técnico de vídeos. Faz questão de citar os integrantes de seus trabalhos independentes em machinima publicado no seu canal; - http://vimeo.com/andrel


Qual sua formação na RL e SL? (pois é possível estudar dentro do second life)
- Eu sempre tive uma posição no Second Life muito autodidata, reflexão da Real Life. Efetivamente quando entrei pela primeira vez no Second Life (fins 2006), não tive a melhor experiência que um novo residente possa ter. Simplesmente fiz o primeiro login e fui parar directo em uma caixa não muito maior que o meu avatar sem qualquer forma de sair, nem nada por perto para sentar, foi muito complicado e ao fim de umas poucas tentativas resolvi sair. Uns meses depois, um pouco mais curioso e após pesquisar os tutoriais do Torley Linden percebi que o Second Life tinha uma infinidade de possibilidades, o que me fascinou e me motivou para o estudo do ambiente virtual muito mais pelos meus próprios meios. Foi assim que me dei e consegui dar inicio à exploração da mecânica do Second Life. Digamos eu não tinha nem tenho uma formação especifica, fui aprendendo de tudo um pouco, talvez o suficiente para fazer os meus trabalhos em Machinima (actualmente) e assinar com a certeza de que era isso mesmo que eu queria fazer, independentemente do sucesso ou não, independentemente das criticas externas.



Quando surgiu a idéia de produzir machinima? qual sua inspiração e como é seu processo criativo?
- Idéia de fazer machinima surgiu quando vi um trabalho do Halden Beaumont - The labyrinth ( O Labirinto ) - http://blip.tv/file/1145606, um português com talento único. O que me inspira é o que ele cria, cria um sonho capturado em um vídeo (produzido no Second life). A vontade de o fazer e começar a estudar o que está por detrás da produção de um vídeo, foi tão instantânea como ver os primeiro minuto do vídeo. Embora já tenha algum conhecimento para me poder mexer sozinho, primeiramente , fazendo o vídeo ao ritmo das idéias sem colocar nada no papel (para mim esse processo não se mostrou muito eficaz).
Em Dezembro de 2008 comecei a ter vontade de evoluir mais à nível de ferramentas, software e claro, conhecimento. Tive um breve contacto com um realizador profissional da Real Life e mesmo sem falarmos muito, observei com muita atenção o que ele fazia e como o fazia. Comprei um space navigator (mouse 3D) e esta foi a experiência ao fim de uma hora após o criar o meu primeiro vídeo. Depois vieram os programas, Adobe Premiere, Imovie, Final Cut express para a produção. A inspiração veio logo mas agora já planeada, colocado o script de todo o desenrolar da Machinima, takes, posição das câmeras, falas, personagens, figurinos, paisagem, som ou banda sonora, etc. Por já e porque ainda estou em processo de aprendizagem, vou fazendo Machinima em diferentes temas, motivos e propósitos (gosto de variar e "transmutar" o meu trabalho, odeio simplemente a monotomia). Não obstante, tenho já idealizado um curta metragem, uma pequena história num cenário vasto e vazio em que os únicos protagonistas são um Homem e uma Mulher, os únicos sobreviventes do cataclismo que dialogam sobre como eles foram parar naquela situação e como podem eles construir um mundo novo e por aí fora (não quero tirar o suspense do curta metragem).



Qual é o diferencial de se trabalhar com arte dentro do metaverso e fora dele?
- Bem nunca fiz trabalho de vídeo na Real Life, o Second Life tem sido o meu primeiro contacto, mas pensando em outras coisas tais como, cenários, elenco, técnicos etc com tudo o que temos a mão no mundo virtual, decididamente a Machinima é de longe a mais fácil de se fazer e concretizar, tudo à distância de um click (é fenomenal). Sempre estive de acordo que o Second Life pode servir de ferramenta de formação para produtores na Real Life, experiência ou testar novas técnicas a custos quase nulos e com resultados surpreendentes em comparação à Real Life.



Como, você sente que, o estrangeiro vê o artista português em ambientes assim? e o brasileiro?
- Regra geral os trabalhos falados em português, claro que não são compreendidos, a alternativa é fazer em inglês ou talvez vídeo clips. Mas claramente pelo feedback, são bem aceites na comunidade virtual de origem estrangeira, dando o desconto que existem algumas diferenças culturais. Não vejo nenhuma distinção entre os comentários de Machinimas portuguesas nem brasileiras, embora aproveite a pergunta colocada para reflectir se não seria interessante um maior intercambio dos trabalhos feitos por povos de língua portuguesa.
Sou apologista que o poder de criar uma obra, boa ou menos boa é um processo que é de mérito do individuo e não só de uma cultura. Pelo menos todos os trabalhos que tenho visto vão muito de encontro com um sentimento além fronteiras, em conceito global que é o sentido básico do Second Life.



Qual a sua visão sobre arte/cultura nos metaversos?
- Desde sem valores de grande peso seja na Real Life ou no Second Life porque faz parte de nós e nós nos representamos no Second Life com a nossa identidade cultural. Como respondi na pergunta anterior o Second Life é uma plataforma multi cultural, onde o conceito de intercambio cultural tem sido cada vez mais descoberto até pelos artistas que nunca tiveram uma experiência virtual, mas vendo nela um enorme potencial enquadrado nos seus propósitos, seja em um artista que trabalha por conta própria até com coletivo de artistas que se juntam para fazer um único projeto (muitas vezes artistas de diferentes pontos do Globo terrestre). Dando o que o Second Life necessita, mais conteúdo rico, exposições, workshops, conferências, etc. O que representa um crescimento cultural a nível global dando-nos uma maior abertura ao intercâmbio dos diferentes povos.



O que você diria a quem está lendo pela primeira vez sobre arte e cultura nos metaversos?
- Digo que é uma experiência única. Imagina, sentado em casa, fazendo teleporte de um centro de exposições no Japão (SIM Japonês) para uma conferência sobre artistas plásticos e seus projeto no Brasil, ir até uma discoteca, conhecer várias nacionalidades. É como viajar pelo mundo sentando em casa, tudo em tempo real e com a mais valia, comunicando muito.



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